O ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Flávio Dino acionou a Polícia Federal (PF) após receber ameaças nas redes sociais em razão de seu voto no julgamento que trata da tentativa de golpe de Estado para impedir a posse do presidente Luiz Inácio Lula da Silva em 2022. A representação formal foi protocolada nesta quarta-feira (10), em Brasília.
Segundo Dino, as mensagens continham termos ofensivos e incitações à violência contra ele, familiares e até contra o prédio do Supremo. Algumas publicações, inclusive, faziam menção ao Nepal, país que viveu protestos violentos recentemente, o que, de acordo com o ministro, sugere uma ação articulada com caráter de incitação.
“Imediatamente após o voto que proferi, passei a ser destinatário de graves ameaças contra a minha vida e integridade física, veiculadas via internet. Entre os traços que chamam atenção, há uma constante alusão a eventos ocorridos no Nepal, o que parece sugerir uma ação concertada com caráter de incitação”, afirmou.
Na representação, o magistrado pediu que a PF adote medidas investigativas para identificar os autores das ameaças e evitar que episódios semelhantes se repitam. Dino ressaltou que discursos distorcidos sobre decisões judiciais podem estimular atitudes violentas, lembrando de casos anteriores em que o STF chegou a ser alvo de ataques com explosivos.
As intimidações ocorreram após o voto do ministro pela condenação do ex-presidente Jair Bolsonaro e de outros sete réus no processo. A decisão de Dino reforça a preocupação do Supremo com a escalada de ataques virtuais e físicos direcionados aos magistrados no exercício de suas funções.
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